sábado, 24 de fevereiro de 2007

O Homem que Falava Demais

Bom-dia! Bom-dia! Fevereiro chegando ao fim, hein? Alguns de nós já voltaram a rotina, e continuam apanhando dela. Outros, como eu, voltarão logo mais. Outros de nós começam uma rotina nova em breve - certo, Gabriela querida? - e outros estão sem rotina definida para o ótimo ano de 2007. Rafael está animado para continuar a sua rotina, e foi passear para fazer compras necessárias. E aconteceu o que vou lhes contar hoje.
Atualmente, muita gente reclama que a sociedade moderna é uma merda. Os metropolitas são grossos, mal-educados, prepotentes, donos da verdade, sem paciência, preconceituosos etc. Rafael aqui, que não gosta desse tipo de imagem negativa para a humanidade, tenta ser uma pessoa, digamos, melhor. Sabe, educada, atenciosa, feliz, curiosa. Mas é só com pessoas deste tipo que acontece este tipo de evento.

Contos do Cotidiano
IV - O Homem que Falava Demais

Como eu dizia, estava Rafael ainda hoje no Shopping Jardim Sul, na Zona Sul de São Paulo. Eu ia esperar minha mãe sair do trabalho dela e fazer compra de reposição de bens escolares. Enquanto minha mãe não saia, entretanto, Rafael foi passear e observar a vida. Entrei em algumas lojas, vi alguns preços, li alguns livros na Siciliano - eu realmente adoro livrarias.
E daí eu entrei em uma papelaria para ver preços de estojos. E encontrei o figuraça do título. Vocês já viram aqueles senhores na rua que adoram parar para conversar com todo mundo? O cara fica no ponto de ônibus contando sobre alguma aventura dele em 1930 e coisas do tipo, sabe? Então. O senhor que estava na papelaria era um deste tipo. Estava lá, conversando com a mocinha que fica no balcão. Se eu não tivesse conversado com o cara, eu poderia até pensar que ele fosse um dos velhos babões, que adoram ficar olhando pras adolescentes. Mas não, ele estava passando uma das lições que ele tem, em grande quantidade, de sua vida.
Eu fiquei na minha, deduzindo que o senhor sairia e fosse embora para, enfim, eu poder perguntar para a atendente onde ficavam os estojos. Mas, é claro, ele veio falar comigo. Pegou uma caneta dessas de desenho da Era Espacial e me disse, como se fosse algo terrível: "Hoje em dia todas essas canetas são feitas pelos chineses", e se virou. Lembra o que eu falava lá em cima? Sobre eu ser educado, atencioso e etcétera? Então, Rafael parou para ouvir o senhor. Ingênuo...
Depois das canetas, ele começou a falar que o preço estava barato. Preço de camelô, aliás. Talvez na 25 eu poderia achar uma caneta por um preço parecido. Assim como em Nova York, em que você pode achar ótimos relógios a preços muito reduzidos com os camelôs de lá. "Aliás, quando eu fui pra Nova York", dizia o senhor, "teve um moço que vendia relógios abrindo o casaco dele. Eu comprei um relógio bem bonito, e só paguei US$40,00, o que é barato para o padrão dos relógios americanos. Agora, quando ele deu problema, levei em um relojoeiro, e perguntei se existia uma maneira de trocar a bateria, como quem não espera nada. Pois não é que quando o cara abriu o relógio ele me mostrou que as peças eram feitas de diamante e, portanto, eram bem verdadeiras? Naturalmente, o camelô roubou de alguém e me revendeu, mas eu não podia contar ao relojoeiro, né?"
Como é de se esperar, ele conta a história com uma riqueza maior de detalhes pois, afinal, foi ele quem viveu a história, não eu. Mas o interessante é a maneira que a história foi evoluindo. De repente, ele falava sobre os furtos daqui do Brasil. E como o Brasil é um país atrasado e infeliz, porque as pessoas reclamam da sociedade mas não fazem nada por ela. E existem os incultos e os marginais, mas eles são resultados de vinte anos de democracia pessimamente guiada. E hoje estes votam no Lula, e ficam pedindo dinheiro, e a sociedade piora. Aí, ele fez uma pausa. Eu calculo que ele estava processando novas palestras.
Que fique claro neste ponto: eu não concordava com a maior parte do que ele dizia. Qualquer um que conhece o autor deste blog um pouco deveria saber que ele não gosta de engolir esta falácia de que somos atrasados, e de que o Primeiro Mundo é a sociedade perfeita, etc. Acontece que eu não estava a fim de discutir com um senhor de, no mínimo, 70 anos, que já tinha uma opinião formada beeeem antes de eu pensar em nascer. Além do quê, como eu falei, eu sou educado. E deixei o homem concluir. Mesmo porque eu vi que ele não gosta do Lula, então ele é um dos meus.
Enfim, depois de uma breve pausa ele continuou falando que ele não gosta da sociedade hipócrita brasileira, porque existe tanta imundice aqui neste país que passou a ser comum para as pessoas verem mendigos na rua. Elas vêem, e passam como se não vissem. "Outro dia", disse o figuraça, "eu vi uma mulher na rua, em pleno Natal, com seu filho no colo. Eu vi um policial e pedi para que ele fizesse sua obrigação, e retirasse a mulher da sarjeta e a levasse para um abrigo. É claro, nos Estados Unidos os policiais fariam isso sem hesitar mas, aqui, neste país atrasado, o policial nem se mexeu. Falou que não era da conta dele. Então eu tive que mostrar minhas credenciais para ele, e obrigá-lo para fazer". Neste ponto, o senhor me mostrou as credenciais em questão. Ele é oficial superior do Segundo Batalhão do Exército (ooooh). Deve ser importantão.
De qualquer jeito, contou mais umas histórias onde ele precisou usar de sua influência militar, e passou a falar da classe média brasileira, que é vista lá fora como uma das mais atrasadas do mundo. Segundo o senhor, os intelectuais brasileiros não gostam de ler, e passam o dia inteiro vendo televisão. "Isto é típico dos novos ricos, que ganham dinheiro e não querem repartir. Quando pessoas sabem ser ricas, elas demonstram classe. Os verdadeiramente ricos são educados, simpáticos, afáveis". E ele contou que a elite americana sempre faz doações para programas sociais nos Estados Unidos. Ah, sim, Rafael sempre temperava a história dele com um "É mesmo?", "Nossa! Não sabia!" e "Que interessante!".
Finalmente, ele disse que precisava ir, e me perguntou o meu nome. Eu respondi, e ele já emendou outra história. Ele tem um neto com o mesmo nome que o meu, que nasceu um mês antes de mim e que está estudando para ser piloto de táxi aéreo. Eu fiquei (ou eu fingi ficar, já não sei) bastante interessado. Ele concluiu contando que o neto isso e aquilo, e foi embora, dizendo que foi um prazer conversar.
Depois deste banho, o que eu concluí? Na análise minha, o senhor é um militar que ganhou bastante dinheiro na Era Militar e nos períodos anteriores, quando o Exército era influente e vivia reescrevendo a história do Brasil. Como ele devia estar acostumado com a sociedade de 1940 ou 1950, sei lá, ele está acostumado com uma época onde policiais prendiam ladrões de bolsa de mulheres, e os Estados Unidos acabaram de ser promovidos a mocinhos na história mundial. Acredito eu que ele tenha ido para Nova York na mesma época, e tenha tido uma ótima impressão da Grande Maçã. E hoje, envelhecido, e amargurado pela realidade do bom século XXI, ele solta seu veneno para quem quer ouvir. Pessoas que têm a paciência de ouvir as lamúrias de um pobre ancião, que viu bastante sobre a vida e o mundo. Alguém como, digamos... eu. ^^

Enfim, não sei dizer se o vovô está certo ou errado. Acho que cada um está certo, no seu ponto de vista. Ele acha que o Terceiro Mundo é só uma gaiola de macacos mal-amestrados que errou terrivelmente, quando decidiram abandonar a Europa. E que lugar civilizado mesmo é o Primeiro Mundo. Eu, por outro lado, acho que as sociedades têm lá seus defeitos e qualidades, mas são todas, em geral, sociedades humanas. E agradáveis, apesar de tudo.
Mas o cara viveu pelo menos 3 vezes mais do que eu. Quem sou eu para julgá-lo? É capaz de ele ter conhecido a minha avó no passado e eu nem saber. É capaz de ele ter salvo a vida do Presidente Kubitschek e eu nem saber. A gente só sabe das coisas quando as pessoas contam. Certo?

Ouvindo:
Outsiders
Franz Ferdinand
You Could Have it So Much Better (2005)

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Era uma Vez o Canhoto

Oras, se o post passado fez uma piada com as mulheres - que são somente metade da população mundial - e elas ficaram completamente revoltadas, que me acontecerá se eu fizer um post criticando negativamente, de verdade, os destros - mais de 90% da população mundial? Apanharei?
Ah, que danem-se todos, eu não ligo para críticas ^^

Era uma Vez o Canhoto

Seja lá por motivos de evolução, por alguma radiação extraterrestre, porque Deus é um cara bem-humorado ou por algo além da compreensão, o fato é que os humanos, por definição, costumam ter melhor coordenação motora com um dos lados do seu corpo - notavelmente, o direito. E todos vivem bem na nobre sociedade destra, com tesouras de lâminas destras, com abridores de cortes destros, com carteiras de apoios destros. As pessoas pagam as contas destras, pegam os ônibus destros, nadam em praias destras, comem sanduíches destros. Agora, como a gente sabe, sempre existem aqueles que estão contra o sistema e o capitalismo imperialista que favorece os ricos para destruir os pobres. E onde, então, cabem aqueles que não são destros?
Antigamente, na época em que o Papa dizia "se matem em nome de Deus!!" e as pessoas se matavam, acreditava-se bastante em simbologias - oras, quem já leu "O Código da Vinci" sabe do que estou a falar. Acreditava-se que Deus, em sua benevolente padronização, achava que os bons eram destros, e que a mão esquerda era coisa do diabo. Então, os pais devotos, ao notarem que seu filho tinha trejeitos de usar a pobre canhota para trabalhos domésticos, davam na cabeça do moleque. Explicavam pra ele que esse tipo de aversão era coisa do Tinhoso!!, e que ele tinha que ser um bom cristão, e se fud... erm, ferrar com a destra. E todos viveram felizes! Até que veio Martin Luther, inventou um cristianismo rebelde e a Europa entrou em guerra (de novo). Mas isso eu deixo pra outra história.
O caso é que os canhotos sempre foram, digamos, não muito queridos pela sociedade. Obrigados a usar a mão destra, só porque eles eram potenciais criminosos, ladrões, assassinos, políticos e outros servos do Cão. Imperialismo?
Como vocês bem sabem, o Papa não manda tanto no mundo assim, e a canhota não é, afinal, a mão do Satanás. Pois é, acabou o principal motivo que fez os destros serem superiores aos canhotos. Mas, cabreúvas, eles ainda queriam se sentir superiores! Nem que fosse uma superioridade sobre somente 10% de azarados. E então, Cérebro, acompanhado do simpático ratinho Pinky (narf!), acharam a melhor das saídas para se rebaixar uma população minoritária: economia! "Ora, a gente inventa e cria produtos que somente destros poderão usar! E então estes párias excluídos serão rejeitados novamente, e terão que se adeqüar ao resto do mundo!! Yar, yar, yar!!".
Sim, e armados com fábricas para fazer, com lojas para vender e com rádios para anunciar, os intrépidos capitalistas abarrotaram as prateleiras com trecos destros! E, é lógico, como mais de nove décimos dos macacos pelados são destros, eles pouco se importam. Mas e os canhotos? Como usar uma faca se a lâmina é típica de destros? E como usar o mouse se ele é ergonômico para os destros e cabe direitinho em uma mão direita? E as carteiras de escola, que fazem os canhotos terem câibras por tentarem usá-las? Pff, grande coisa, estes revoltadinhos que acham que serão diferentes só porque gostam de escrever com a contra-mão...
E hoje em dia? Bem, hoje em dia a vida continua. Exitem alguns canhotos que se deram bem na vida, e se penalizaram com os seus semelhantes, mergulhados no esquecimento do mundo, desde que o mundo é mundo. Inventaram fábricas, compraram lojas e alugaram rádios para fazer dos amigos canhotos felizes, vendendo tesouras especiais, abridores especiais, carteiras especiais, e outros badulaques simpáticos que fazem os canhotos se sentirem especiais. Naturalmente, a um preço um pouco maior, é claro... Yar, yar, yar...
Mas os canhotos continuam em sua silenciosa guerra contra o Imperialismo Destro. "Não à Dextria impiedosa!", clamam os estudantes com camisas vermelhas. "Viva Marx e Lenin! Viva Guevara e viva a Sinistra! E tremam, destros, pois um dia o Império Destro cairá!". Enquanto isso, para apaziguar as fúrias, a gente faz algo mais democrático. Digamos, hm... Teclados! Pois é, o design dos teclados do tipo QWERTY - estes que vocês têm em casa - favorecem levemente os canhotos, porque a maior parte das letras mais usadas estão do lado esquerdo. Yeah, como é reconfortante saber que eu serei um ótimo datilógrafo... \o/

Cultura Inútil

* Os canhotos estão entre 8~15% da população mundial.
* Existem mais homens do que mulheres canhotos.
* A propabilidade de um irmão gêmeo de um canhoto é de 76% de ser canhoto também.
* Pessoas com epilepsia, Síndrome de Down, autismo, retardamento mental, dislexia e outros têm maior chance de serem canhotos.
* Descendentes de povos do Leste Europeu e do Sul e Sudeste da Ásia têm mais chances de serem canhotos do que povos da Europa Ocidental, Europa do Norte e África.
* Fetos expostos a altos índices de testosterona, em estudos, têm maiores chances de serem canhotos.
* Dexter, a raiz latina de "destro", também é usada em alguns idiomas (notavelmente o Inglês) para indicar sabedoria e habilidade. Sinister, a raiz latina de "esquerdo", passou a significar também "sinistro" e "esquisito".

Wow, quanta coisa besta a respeito deste tema. Certeza que eu poderia escrever livros sobre isso. Aliás, pensando bem, já deve haver livros e livros, mas eu nunca li nenhum ^^

Um beijo em vocês, meninas revoltadas, e um abraço para os bons homens por aqui. A gente se revê.

Ouvindo:
Honky Cat
Elton John
Honky Château (1972)

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Uma Piadinha

PLANILHA DE DADOS DE MATERIAL NOCIVO
Elemento: Mulher
Descobridor: Adão
Massa Atômica: Aceita como 55kg, mas sabe-se que varia entre 45kg e 225kg

PROPRIEDADES FÍSICAS
1. Ferve na temperatura ambiente.
2. Congela sem razão aparente.
3. Derrete se receber tratamento especial.
4. Amarga, se incorretamente usada.
5. Doce como mel, com o tratamento correto.

PROPRIEDADES QUÍMICAS
1. Tem grande afinidade por Ouro, Prata e uma gama de pedras preciosas.
2. Absorve grandes quantidades de substâncias caras.
3. Pode explodir espontaneamente sem aviso prévio e sem motivo aparente.
4. Agente redutor de dinheiro mais poderoso conhecido pelo homem.

USO COMUM
1. Altamente ornamental, especialmente em carros esportivos.
2. Pode ser de grande ajuda em relaxamento.
3. Pode ser ótimo agente de limpeza.

TESTES
1. Espécime puro fica róseo quando feliz.
2. Fica verde quando exposta a um espécime de melhor qualidade.

PERIGOS POTENCIAIS
Ilegal possuir mais de um, embora vários podem ser mantidos ao mesmo tempo em diferentes locais, desde que as espécimes não entrem em contato direto umas com as outras.

!! AVISO !!
EXPOSIÇÃO PROLONGADA A ESTE ELEMENTO PODE CAUSAR SEVERA HEMORRAGIA FINANCEIRA E DISTRAÇÃO MENTAL.
TENHA CUIDADO, AS PROPRIEDADES ACIMAS SÃO VISTAS EM TODAS AS MULHERES DO MUNDO

***

Eu já tinha visto esta imagem na net várias vezes. Eu estava a fim de atualizar o Inominativo, mas não achei nada. Então fiquem com isso.

Rafael ama a todas vocês, mulheres. Um beijo em cada uma de vocês! ^^
E um abraço para um eventual cueca que caiu aqui

Ouvindo:
Keep the Dream Alive
Oasis
Don't Believe the Truth (2005)

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

A Gripe do Frango?

E estava Rafael ainda ontem nO Mal do Século. Revendo posts antigos e dando risadas dele. Pois é, eu tenho um xodó indescritível por aquele blog. E tenho pena de deixá-lo lá, ao relento. Tadinho.
Portanto, tive uma boa idéia: farei imediatamente um backup completo do meu blog, e colocarei ele a salvo em algum lugar na internet. E quando eu estiver sem o que postar no Inominativo - como agora, por exemplo -, eu vou até lá, e posto um post antigo que eu achei uma criação realmente boa. Pois é, eu vou reprisar um post que eu tenha gostado dO Mal do Século aqui, no Inominativo. Citando a mim mesmo, no post de aniversário de três anos de lá: "Vocês que viram a história do começo, poderão relembrar. Vocês que chegaram no meio do caminho, poderão conhecer! E vocês que não querem nada com nada, vão pastar!". Vejamos o que eu posso salvar de lá.

REPETECO
02.02.04
Vou situar vocês. No início de 2004, estavam bombando as notícias sobre a gripe do frango. Era moda na Ásia os djapas e os chinas ficarem doentes com esta crise hospitalar. Fez um sucesso. Rafael aqui sempre achou estranho humano morrer com Gripe do Frango, e postou seu texto. Ei-lo:

***

A Gripe do Frango?

Afinal de contas, que diabos é esta gripe do frango? E por que cargas d'água tanta gente morre com a doença do mano galináceo? É surreal você aceitar que seu cachorro morra porque você pegou uma gripe xerxelenta, né? É a mesma coisa você ligar a tv e a Ótima Bernardes dizer que 25 tailandeses já abotoaram o paletó de madeira por culpa dos bichinhos... Tá certo, há muito tempo, os humanos morriam por causa de uma gripe, mas aí era a famigerada Gripe Espanhola (uhh... que meda...), dava em homem... daí para morrer de gripe do frango?
Agora, como é um frango gripado? Pense só, você andando numa granja X da vida, e você vê um pobre frango queimando e de nariz vermelho. Bom, eu vejo frangos queimando, mas eles estão na panela, ou seja, já morreram. Mas um frango queimando, andando e dizendo "có!" é desesperador. Você vê o bichinho vermelho e se apavora, porque o frango está gripado, e você o viu. Seus dias de vida estão cotados e esgotados...
Mas como funciona? O que acontece para que o frango gripado te mate? Você pega a gripe dele e não sabe? Ele solta o seu Espirro Fatal em você? Ou a gripe do frango deixa o bicho tão insano a ponto de bicar você até a morte? Será que ele tenta se vingar por todos estes anos que os homens comeram os franguitchos? "Mas, poxa vida, franguinho assado é bom prá burro, meu!". Bom, se for isso, é melhor todos nós começarmos a ligar para as funerárias. E, particularmente, indico a famosa funerária Vai Com Deus, eles têm um ótimo atendimento, e se vc pagar bem, os caixões têm ar-condicionado. É, deve ser duro ficar confinado num caixote daqueles no verão.
Daí, no Japão, os mano da vigilância sanitária - sabe, sempre que ouço Vigilância Sanitária, não deixo de pensar num privada (vaso sanitário, troninho, o que diabos vc entender) rodeada por alarmes, neguinhos da Polícia Federal, helicópteros, etc. Deve ser exclusivo para reis (trono real, hum?) - mas, como dizia, no Japão, a Vigilância Sanitária mata os frango, ao invés de tentar resgatar os bichinhos com remédios e repouso. Se bem que, esta idéia é até absurda... imagina que dez um franguinho deitadinho bunitinho numa cama, com temômetro na boca... er... no bico, com o controle remoto da tv recém-instalada para ele no quarto, e patati, patatá... daí vem a enfermeira japonesa, mede a temperatura e dá o diagnóstico: o frango não está mais gripado. Pode pôr na panela.
É, e assim vamos vivendo... os china morre com a gripe asiática, a gripe do frango... que outras gripes inventarão? Se bem que, os japoneses e chineses gostam de estar à frente dos Ocidentais. Nem que seja no índice de mortalidade. Mandem ver, manos orientais!

Até mais!
Ps.: Os brazuca costuma se referir ao frango congelado como frango resfriado. Será que nós inventamos a gripe do frango? E nem sabíamos... esta mania japonesa de roubar o nosso Made in Brazil...
Pps.: O comentário da vigilância sanitária foi simplesmente horrível, não? Eu só vou preservar porque todo o texto está um caso de polícia.

***

Muito bem! Agora que temos mais uma seção para explorar, sinto que o Inominativo ainda terá um bom futuro, neste repeteco. Vou tranquilizar os senhores, entretanto, e dizer que não vou dedicar este blog todo para relembrar o antigo. Senão eu não teria saído do primeiro, oras. Só queria lembrar de alguns bons posts passados, e obrigar vocês a se lembrarem também. Hoho.
Um beijo, meninas! Abraço, meninos! Até a próxima vez!

Ouvindo:
On My Own
Boy Kill Boy
Cilivian (2006)

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Dia de Cão

Há, esta história eu tenho que contar no meu blog! Pra que vocês vejam como a minha vida realmente merece um seriado. E pra quando eu reler este post, no futuro, eu dê risadas de mim mesmo. Sim, ontem foi um dia tragicômico. ^^

Uma vez que eu não tenho fotos do meu quarto, vou pedir pra vocês imaginarem a cena. A porta do meu quarto abre para dentro, e atrás dela, respeitando o espaço certinho para que ela abra completamente, começa a escrivaninha. Portanto, é um intervalo relativamente pequeno. A porta do meu quarto fica sempre aberta, já que ninguém costuma fechá-la, mesmo. Meu quarto já parece uma masmorra, e se fechar a porta... E, finalmente, na frente da porta aberta - e, portanto, ao lado da escrivaninha - fica uma tábua de madeira, de 50x20 cm, que era uma prateleira de algum armário nosso. Ele não foi mais necessário, então nós removemos a prateleira, mas nunca a jogamos fora. Ficou lá, encostadinha, sem dar trabalho.
Até ontem.

17h00. Vieram duas senhoras, pq estamos nos desfazendo da estante da sala e da mesa do computador. Novos exemplares foram comprados, e não queremos mais os antigos. Enfim, as mulheres vieram com os filhos dela, e como crianças costumam ter medo de cachorros, eu tive que colocar o Pluto, meu cãozinho querido, dentro do quarto. E fechei a porta. Quando eu fechei, eu ouvi o barulho da tábua de madeira caindo, mas eu estava ocupado atendendo as senhoras, e deixei pra lá. Muito bem. Quando acabou o serviço, fui lá, remover o meu cacholinho, coitadinho, que estava no quarto. Mas a porta não abriu. ^^
"Vitor", disse eu para meu irmão, que estava realmente ocupado jogando video-game. "Tem alguma coisa errada com a porta". Pois foi aí que eu lembrei do barulho da prateleira. Eu já saquei tudo: assim que ela caiu, ela bateu na porta, e está impedindo a porta de ser aberta para dentro. E o cachorro está lá. E eu não conseguia abrir a porta mais de 2 centímetros para ver onde a tábua estava. Sabe quando você coloca o pé na frente da porta para impedir ela de se mexer? Pois é, em vez do seu pé, coloque uma tábua de meio metro entre a porta e a escrivaninha. E você tem uma trava realmente impenetrável.
"Putaqueoparel, Vitor, a porta está travada por dentro. Com o cachorro lá. E agora?". Bom, vamos lá, tentar forçar a porta, tentar empurrá-la, ver se a mão cabe dentro dela. Nada. E o meu cachorro, pra ajudar muito, gania, pedindo saída. Depois de algum tempo em tentativas, eu vi a única luz para um filho em desespero: liguei pra minha mãe. Mas eu não consegui, então passei o telefone pro meu irmão e ele foi tentando.
"Alô, oi, mãe! Não, tá tudo quase bem! Então... Não, não é nada de grave. É que a tábua de madeira que estava no quarto caiu no chão quando o Rafael fechou a porta, e a porta está emperrada. É. Não, ninguém se machucou. Mas o Pluto está lá dentro. É, mãe, trancado. Tá bom". E ele se virou pra mim: "Ela pediu pra gente se virar um pouco, porque ela não pode pensar em nada lá do escritório. Quando ela chegar aqui ela vê". Okay.
Bom, outra grande idéia de minha parte: tem um simpático espelhinho atrás da porta do banheiro. Ele é pequeno, então poderei usá-lo para ver como a prateleira está. Dependendo do que eu vir, eu posso pensar em algo. Então vai o genial Rafael, retirar o espelhinho detrás da porta. Mas eu esqueci que você tem que segurar o espelho para impedi-lo de cair no chão e, bem, ele caiu. E você pode deduzir o que acontece com espelhos quando eles caem no chão, certo?
Tudo bem, Rafael não desiste! Mas eu fiquei lá, sentado, olhando para a porta. Pensei em derrubá-la, como fazem nos filmes, mas a minha mãe me estrangularia. Então esperarei mamãe chegar.

19h20. Mamãe chegou do trabalho. Disse oi para os filhos imprestáveis dela e foi checar a situação. Naturalmente, meu cachorro quase que enfartava lá no quarto, porque ele queria fazer festa pra minha mãe. Cachorros, vocês devem imaginar.
Mamãe imaginou que a tábua não estivesse totalmente chapada no chão. Talvez ela estivesse caída em cima da porta, e como ela estaria escorada pela escrivaninha, a gente não conseguia erguê-la. Ela pensou que se tivéssemos um arame ou algo do gênero, poderíamos passar ele pela fresta da porta que estava aberta, e tentar erguer a tábua. Ela desmontou um cabide dela, e fomos à batalha. Mas isto também não funcionou, então minha mãe também teve que pedir ajuda. Ligamos para dois vizinhos nossos, amigos de longa data. O marido, aliás, é marceneiro, ele poderia ter alguma boa idéia.

19h50. Eles chegaram, riram da nossa desgraça, sabe como funciona. E foi lá o glorioso Renato, a quem eu ainda chamo de "tio", ver o que poderia ser feito. Ele ainda pediu para eu pegar o estojo de ferramentas dele para tentarmos algo. Quando ele, também, chegou à conclusão de que nada poderia ser feito, ele tentou fazer o que eu pensei em fazer várias horas atrás: derrubar a infeliz da porta para passagem. Então ele tentou quebrar a porta, porque derrubar ia ser bem difícil, as travas são antigas, porém boas. E como os pinos estavam pra dentro, também não daria pra desmontar a porta. Enfim, ele tentou vergar, mas se virou rindo e disse: "Sabe qual é o pior? A porta de vocês é de excelente qualidade. Essa não vai quebrar tão cedo". É estranho quando te dizem que algo é de boa qualidade e você fica chateado. Mas é a vida. "Só se a gente derrubar mesmo. Tentar derrubá-la, arrancar dos trincos, sei lá", disse o tio Renato. "Mas o meu marido vai me matar se ele chegar aqui e a porta estiver derrubada, Renato", disse mamãe, preocupada. Então tá bom, vamos esperar meu pai. O Renato ainda tentou fazer um buraco no rodapé da porta, para ver se a gente conseguia alcançar a tábua. Mas a gente calculou errado onde a tábua estava, e o buraco ficou imprestável. Zero a zero.

20h30. Meu pai chegou. E viu aquela aglomeração grotesca de pessoas em volta da porta do quarto. Depois que explicamos a situação, e minha mãe contou do porquê dela não ter deixado a porta ser derrubada, meu pai diz, naturalmente: "Ué, e não derrubou por quê? Já demorou!!". Sim, meu pai é um piadista nato. O Renato, herói do dia, inventou uma maneira de usar as chaves de fenda como alavancas, e conseguiu retirar a porta das trincas da dobradiça. Ele soltou a porta! O cachorro saiu!! Conseguimos retirá-la!! Hooray!! \o/
Sim, mais um dia que acabou, e mais um dia com final feliz. O Renato e sua esposa, a tia Eliana, foram para casa tomar banho, pq todo mundo suou muito. Meu cachorro não parava quieto de felicidade. Minha mãe inventou uma janta expressa, pq tava todo mundo com fome. E eu fiquei com uma terrível dor de cabeça. Minha mãe falou que foi porque eu estive sob muito estresse mental. Pode ser. Mas que foi um dia engraçado, ah, foi. ^^

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Um Dia no Mercado

Ôe! Rafael de volta no Inominativo para mais uma vez falarmos sobre coisas interessantes e divertidas! Bom, talvez não pra vocês, seus chatões, mas eu me interesso e me divirto. E como este blog é meu... Har, har, har...
Bão, e hoje eu vou me divertir falando sobre aquele interessante dia em que a mamãe e o papai decidem que é hora de repôr as reservas domésticas da casa. Mercado! \o/

Contos do Cotidiano
III - Um Dia no Mercado

Ir ao mercado é, sem dúvida, um evento para toda a família. Os filhinhos colocando roupa decente - também, a mãe não iria deixar os filhos irem pra lugar nenhum com aquela roupa suja e velha -, colocando o tênis... Todo mundo no carro, bora pro mercado! Não importa onde você vá, se é o Supermercado Chinchila (o melhor do bairro) ou o HiperMercado Carrefour (ênfase no Hiper), a idéia é a mesma. Você chega lá, e tem aquela divertida cancela eletrônica, e uma simpática voz eletrônica, ordenando você a apertar o botão vermelho e pegar o tíquete eletrônico. O procedimento varia, mas a idéia é sair com o cartãozinho. Daí tem aquele filho que adora apertar botões, e pede "purrr favorrrrr paiêêêê" pra deixar pegar o cartão. Daí vai o pai, amável e paciente, e deixa o filho pisotear todo mundo no carro pra pegar a merda do tíquete.
Okay, o carro estaciona. Na sessão E4. E não é pra esquecer que o pai estacionou aqui!, diz o chefão para os soldados-filhos. Daí os dois irmãos, a menina e o menino, se degladiam pelo carrinho de compras. "Eu empurro! Eu levo!". Tudo bem, o pai deixa. Ele sabe que os meninos vão desistir quando o carrinho estiver cheio de coisas... E vai lá, a família feliz, para o mercado.
Bom, carrinho vai, carrinho vem, começam as diversões. Sempre tem aquelas promoções de chocolates, e os meninos ficam vidrados nessas coisas. "Mãe, compra? Manhê, compra pra mim? Manhê, eu quero!!". Olho gordo é uma merda, não? Bom, a mãe aproveita e lota o carrinho de guloseimas. Bolachas, salgadinhos... "Não vou trazer as crianças da próxima", pensa o pai, lembrando que ele não está com tanto dinheiro assim no banco...
Carrinho vai, carrinho vem, passamos agora por coisas importantes para a sobrevivência da casa. Sabe, arroz, feijão, macarrão, esses trecos. O pai quer convencer a mãe de que o pacote de arroz Érruim® está bem mais barato. Olha lá, só R$3,50, e ainda tem o leve 5 pague 3! Mas a mãe não, acha que o Érruim é ruim, e ela quer levar o mais caro, só porque ele é "gostoso"... "Não vou trazer minha esposa da próxima", resmunga o pai, pensando que ele vai ficar sem dinheiro nenhum. E ele queria tanto aquela gravata...
Como previsto, já no final da peregrinação as crianças cansaram de levar o carrinho. O papai forçudão agora tem que carregar o carrinho cheio de tralhas. E toda hora os dinossaurinhos querem que você leve algo a mais. "Mas, pai, é o Bob Esponja!!". Nessas horas, não é tão hediondo assim pensar em vender um filho, certo?
Finalmente, o fim da via crucis. Ou o início do fim, porque você chegou nos caixas, e têm aquelas filar grotescas, e tem que escolher algum caixa e torcer para os caras da frente irem rápido. E você sabe como é a Lei de Murphy, né? O seu caixa nunca é o rápido. E você fica lá, a vida passando, programas legais da tv passando, carros e ônibus passando e você fica lá. Saco.
Depois de tudo ensacado ("Não, filho, o detergente não vai junto do arroz!"), e colocado no carrinho de volta ("Paiê, deixa eu levar o carrinho? Por favor? Por favor?"), é hora de achar o carro. Cacilda, que sessão era? D5? D4? Não era perto daquela caminhonete? Ah, mas ela já foi embora, eu não estou vendo nenhuma. E aquele Fusca branco, não estava perto dela? Não, o outro era bege. Ah, é! Era E4! Ou E5? Aê! Tá lá o carro. Agora abrir o porta-malas, e colocar tudo dentro. "Não, filho, você não coloca o pão embaixo! O pão vai em cima de tudo! Cuidado com os ovos!!". E, enfim, mais um dia de evento em família chega ao fim. Ah, mas não antes de duas coisas. Primeiro - o filhão quer pisotear todo mundo para devolver o cartão no guichê. E depois, a pior e mais medonha parte - guardar todas as comprar em casa. Brrr... Que terrível...

Dica da vez:
Dois webcomics que chamaram bastante a minha atenção estão na parte de links, ao lado. Webcomic, em tempo, é um comic (gibi ou histórias em quadrinhos), só que na internet. O primeiro mostrado é o tosquíssimo Cyanide and Happiness, com várias piadas de humor negro e politicamente incorretas. Tem alguns que até eu acho dispensáveis, mas tem outros ótimos. Mas só vale ir ver se você não tem problemas com humor negro, okay? Agora, se você tem crises com humor mais pesado, tem o Squidi.net, o site do excelente Sean Howard, que faz algumas webcomics e publica na sua página, que também serve como blog e depósito de idéias dele. Eu realmente recomendo que vocês dêem uma olhada nele.
Naturalmente, os dois webcomics estão em Inglês. Se você não vê graças em piadas em Inglês, então, deixe pra lá. =/

Rafael diz adieu para vocês, pessoas! E até a próxima postagem!

Ouvindo:
Lyla
Oasis
Don't Believe the Truth (2005)