quinta-feira, 14 de junho de 2007

O Dia em que Vendi Minha Alma

Boa noite, crianças! Hoje eu estou orgulhoso de anunciar que estou postando, pela primeira vez, da minha faculdade!! Aê!! Antes que vocês pensem: "que horrível, o Rafael matando aula pra entrar na net", explico-lhes que não tenho a minha segunda aula, de modo que estou razoavelmente livre para ir para onde eu bem entender. E isso inclui o meu blog e a página de postagens dele, não? Claro que sim.
Muito bem. Diretamente do Centro Acadêmico Visconde de Cairu da FEA-USP, o post #36, caso você esteja a acompanhar a contagem de posts. Vamo lá, macacada!

Contos do Cotidiano
VI - O Dia em que Vendi Minha Alma
Eu estava olhando para ele. Magnânimo, imperioso, chamativo. Ainda lembro bem quando eu o vi pela primeira vez e ele fez a proposta indecente. "Venda-me sua alma", ele me disse. Eu achei um abuso, é claro. Nem te conheço, nem sei quem você é, e vou sair vendendo minha alma pra você? Mas eu pesquisei, me informei, fiquei a par de coisas. Vi o que ele poderia me dar em troca da minha alma e, ah well, fui convencido por mim mesmo.
"Faço-me presente, então", falei a ele. "Disposto a negociar".
"Você decidiu aceitar a minha proposta, então", ele respondeu. Com um tom que beirava a indiferença. Como se ele dissesse que a minha decisão não faria a menor diferença pra ele.
"Não a aceitei, ainda. Me convenci, mas não o suficiente, entende? Como posso saber o que você poderá fazer por mim? Quer dizer - estou te vendendo a minha alma! Não é qualquer coisa!"
"Você sabe, sim, o que eu posso fazer se você aceitar, criança. Eu posso fazer qualquer coisa. Qualquer coisa", ele disse, reforçando o termo e rindo soberanamente pra mim. "Posso te dar o que quiser, oras. O que você quer?"
Eu olhei pra ele, desconfiado. E não respondi. Na verdade, perguntei "E como você pode fazer isso?"
"Ah, pare de perguntar miudezas. Eu simplesmente posso. São coisas demais para explicar de uma vez só. Mas, ah, eu não sei, posso te fazer herói, posso te fazer rico, te fazer famoso com as mulheres, posso te fazer general de guerra, piloto de uma aeronave. Essas coisas que as pessoas costumam gostar de ser, sabe?"
Não sei se estava disfarçando bem, mas eu estava quase explodindo de alegria. No fundo no fundo, era tudo o que eu queria ouvir. Que eu estava vendendo a minha alma por algo que valesse a pena. Ele continuou.
"Você só tem, é claro, que dar a sua alma para mim".
"E eu levo uma vida normal?"
"Tão normal quanto você desejar"
"Eu estudo, faço amigos, fico feliz, fico triste, vou trabalhar, vou namorar... tudo normalmente?"
"Ahhn... Veja bem, tudo isto está englobado no pacote 'alma'. Então eu acho queee... não. Mas será que você vai sentir mesmo falta de tudo isso sendo Imperador do país que você escolher?"
Estava em dúvida. Mas sabe quando você está em dúvida mas já sabe que vai dizer sim? Eu esperava que viesse algo que me dissesse que eu estava errado. Mas no fundo, lá no fundo, era isso mesmo que eu queria. Respirei fundo.
"É, talvez você tenha razão. Não sentirei falta de nada disso quando eu for o que eu quiser ser."
"É essa a atitude! Viu como não é difícil? Não tem como você se arrepender." E sorriu. "E então? Temos um acordo?"

- Muito bem, senhorita. Temos um acordo. R$1038,00. Vou pagar no cartão.
- Ótimo. Tome a nota fiscal. E parabéns pelo seu mais novo PlayStation 2! Garanto que você não vai se arrepender.
- Espero do fundo da minha alma que não, senhorita. Muito obrigado.

Vinte e um de dezembro de 2004: o dia em que vendi minha alma. ^^
Boa noite, pessoas! Espero vocês no próximo episódio!

Post levemente inspirado no texto da Gabriela, a Bié, "Fila". Que a Bié atualize o blog dela mais freqüentemente. ^^

Ouvindo:
Knights of Cydonia
Muse
Black Holes and Revelations (2006)

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom!!!
Mas você se lembra realmente de qdo comprou seu play2??????????????????????

bjos

Anônimo disse...

Maaano, me borrei de rir!

Ps2 caro, perto da minha escola o destravado tá 580 conto.

Enfim, fim.

Beijin tosco!